6.12.09

Novos cenários para a indústria cinematográfica

A jornalista Ana Maria Bahiana fez um post bem interessante em seu blog, falando sobre possíveis novos cenários para a indústria de cinema. E, consequentemente, para a indústria do entretenimento.

Ela listou 5 fatos:

1. A crise econômica


As fontes habituais de financiamento secaram, levando os grandes distribuidores a um estado de pânico no qual nenhum risco pode ser tolerado.

Consequência: o domínio do cinema-pipoca, franquias e fórmulas.

Mas também: oportunidades excepcionais para novas parcerias com produtores independentes e estrangeiros dispostos a investir a sério, como os indianos que estão financiando Spielberg e Brad Pitt, e as muitas parcerias de neozelandeses e sul-africanos com Hollywood.

2. A maturidade da motion capture

A tecnologia, apresentada ao mundo no início da década, chega à quase perfeição com Os Fantasmas de Scrooge e, principalmente, Avatar.

Consequência: uma nova forma de fazer cinema, que subverte o sistema tradicional de produção, exige novos talentos de atores e técnicos, libera e aumenta o poder do diretor e do roteirista, capazes de realizar qualquer coisa, sem limites.

Mas também: sem uma boa trama, pode esfriar o medium e distanciar o espectador se eliminar completamente o fator humano.

3. O boom da animação

Em quantidade e qualidade, nunca se viu tanto cinema de animação – a mão, digital, stop-motion, híbrido – disponível nas telas.

Consequência: Animação, como o cinema mudo foi um dia, é o grande equalizador. Língua e nacionalidade se desfazem, se tornam desimportantes.

Mas também: O poder econômico e tecnológico ainda fazem a balança pender para os países anglo-saxões, na disputa pelo mercado.

4. Os novos canais de distribuição

Acordos entre cooperativas e produtores independentes e distribuidores digitais pipocaram durante o ano. Por exemplo, hoje, nos EUA, é possível ver um filme independente em casa, legalmente, via web, através do sistema Netflix, por uma assinatura de 9 dólares mensais.

Consequência: O que os estúdios recusam-se a compreender, por medo, apresenta-se claramente como a alternativa para independentes e estrangeiros num momento em que distribuição e exibição em cinema tornam-se cada vez mais caras e inacessíveis.

Mas também: divulgação e marketing são o desafio; é preciso que o consumidor saiba onde os títulos estão disponíveis.

5. O novo 3D

Ressuscitado dos anos 1950 com nova tecnologia, a possibilidade de uma experiência envolvente, total, apresenta-se como a saída para o impasse da crise de público, atraindo as platéias novamente para os cinemas.

Consequência: Todo estúdio tem vários projetos 3D em andamento, como prioridade, o que pode viciar a criação de roteiros. Se o seu projeto não se adapta a 3D, vai para o fundo do gaveta.

Mas também: quanto tempo vai durar?

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