2 exemplos de 2009 nos mostram quais serão os formatos, linguagem, narrativa e tom de voz vigentes para esse ano que chegou: comerciais de um minuto, recortados com flashes intermináveis de ufanismo e uma dinâmica narrativa que é insuportável - o volume.
Começa falando manso, vai ficando com voz mais forte e termina quase aos berros com um texto piegas e de um nacionalismo que faria até Hugo Chavez corar.
Bem-vindo à nova era da publicidade ufanista CAPS LOCK.
1. Brahma
2. Governo Federal
Esses comerciais me lembraram muito um ataque histérico. Segundo Freud, o ataque histérico é resultado de lembranças reprimidas. Assim, na tentativa de alcançar um objetivo maior (que incluem coisas tão diversas como fim de namoro, mostrar auto-estima, subjugar o outro com uma pretensa impressão de poder, etc), as pessoas podem dar um adeus pro autocontrole e fazer um barraco, reagindo além do que a situação precisa. E o grito é a expressão mais verdadeira de uma voz histérica.
Só que, em alguns casos, mais do que raiva expressa verbalmente, o distúrbio
histérico pode afetar reflexos motores, causando paralisia total, vômito e convulsão. Para não explodir de uma vez só, vale não reprimir os sentimentos. Essa tentativa, porém, pode ser inútil, já que Freud dizia que a repressão é um ato inconsciente, fruto de vontades primitivas incrustradas no cérebro humano. Os atores do filme não estão com raiva, apenas perderam o autocontrole, e gritam ou sobem o tom de voz com toda a emoção falsa possível para falar do orgulho de ser brasileiro.
Mas, porque tem que ser assim? Um experimento descrito na revista Psychological Science no início de 2009, afirma que exercer o autocontrole é algo desgastante. De fato, controlar o próprio comportamento em uma determinada situação diminui a nossa capacidade de nos autocontrolarmos nas situações seguintes, mesmo quando elas não estejam inter-relacionadas. Ou seja, quanto mais se usa, mais se gasta.
E, de acordo com os psicólogos que conduziram o experimento - Joshua M. Ackerman e John A. Bargh, da Universidade de Yale, juntamente com Noah J. Goldstein e Jenessa R. Shapiro, da Universidade da Califórnia, Los Angeles -, a situação piora quando imaginamos que, assim como a gente, a outra pessoa a quem estamos estranhando também está tentando ter autocontrole. Segundo os acadêmicos, imaginar o autocontrole de outra pessoa "pode levar de pequenos transtornos de autocontrole, tais como funcionários falando indevidamente durante uma reunião, até transtornos catastróficos, como policiais respondendo a um evento emocionalmente carregado com uma ação letal (disparando a arma de fogo, por exemplo)."
Faz sentido: se aqueles que gritam que são brasileiros podem ser reconhecidos e retratados em um comercial de televisão, porque eu iria querer ficar de fora da manada, para morrer estresssado, mudo e sozinho? Melhor ficar quieto e deixar que me manipulem, gritando por mim as coisas que tanto quero acreditar? TUDO EM CAPS LOCK PARA OUVIRMOS BEM?
Fontes: Tudo de Ensaio, Psychological Science
EU VI O FILME DOS BRAHMEIROS ANTES DA SESSÃO DE LULA, O FILHO DO BRASIL.
ResponderExcluirA BRAHMA TAMBÉM METEU O PIOR MERCHAN DO MUNDO NO MEIO DO FILME. ANOS 70, INTERIOR DE UM BAR, UM AMIGO DE LULA CHEGA PERGUNTANDO: "E AÍ, TEM BRAHMEIRO AQUI????".
QUIS TER UM ATAQUE HISTÉRICO.
Isto me lembra a Copa de 70! Ufanismo nunca é bom...
ResponderExcluirÉ por este e muitos outros motivos que quase não assisto tv. Não aguento essas campanhas irritantes, além das que anunciam as ofertas dos supermercados..
ResponderExcluirAgora, esse lance dos brahmeiros no filme do Lula é de cair o cu da bunda. Altas gargalhadas de vergonha alheia... rs
Ao lado do ufanismo desvairado ainda tem o culto exagerado à personalidado do Lula. Espero estar redondamente enganado sobre o resultado dessa combinação de fatores.
ResponderExcluirRepara não Keid, é o nosso jeitinho (by Xuxa)
ResponderExcluirSe te contar as vergonhas que já passei aqui em Lisboa com brazucas falando barbaridades muitos decibéis acima do aceitável...