18.12.09

Viva: já é o suficiente!

Eu não sei o que me fascinou mais. A capacidade particular dessa espécie de polvo em encontrar motivos para sobreviver, ou pensar isso de uma forma mais geral, enxergar essa adaptação como a alma da própria natureza. O habitat onde eles se encontram é incrivelmente perigoso para esses animais, com poucas opções de esconderijo. Ficar embaixo da areia não é suficiente para eles se protegeram dos predadores.

Eles sondam o terreno com os tentáculos, afastam a areia e levantam o coco com uma rotação. Depois de colocar o lado aberto da casca para cima, eles agarram a peça e vão embora. Quando são duas metades, o animal consegue colocar uma dentro da outra.



O uso de ferramentas é algo que se acreditava ser uma habilidade exclusiva dos humanos, mas recentemente esse comportamento tem sido cada vez mais observado entre primatas, outros mamíferos e aves. É fofo, mas ao mesmo tempo cruel, ver um polvo utilizar restos de consumo humano como proteção. O simpático bicho nos ensina uma lição torta: o sentido da vida é apenas viver. Atribuir significado é problema seu, uma vez que o sentido é manter-se vivo. E entre os animais estranhos, somos apenas os humanos.

Fonte: BBC Brasil; Arnaldo Antunes (Entre os animais estranhos,/ eu escolho os humanos)

Um comentário:

  1. Conheço gente que como o polvo, vive a carregar carapaças pesadíssimas do lixo produzido pela humanidade, tentando se proteger da mesma.

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