11.3.09

Alzheimer de Carbono

Conheci duas cidadezinhas do interior de Campinas, Sousas e Joaquim Egídio. Na trilha ecológica que existe entre elas, dá para passar por gente andando à cavalo, por fazendas que abrem as port(eir)as para grandes almoços com direito a shows de trios de violeiros e gente bronzeada fazendo cooper ouvindo i-pod.

O tempo nessas cidades é diferente. Talvez porque os limites de espaço são bem claros; e ter a noção do todo ajuda na ansiedade em relação ao desconhecido e ao inesperado.
(mesmo quando esse 'todo' for ilusório...)

O contraditório é que lá, no ponto mais alto da região, o Pico das Cabras, é onde a imensidão e o infinito do espaço podem ser estudados e observados. O Observatório Jean Nicolini - OMCJN - fica isolado do resto da cidade e tem equipamentos bem instigantes.

Um dos telescópios está dentro de uma casa alta na qual a cobertura é uma abóbada de madeira móvel, com uma fenda - o recorte que será feito do céu. Essa casa é um olho gigante. O enorme telescópio de ferro potencializa o olhar e ainda guarda memórias. As câmeras digitais só foram possíveis pela tecnologia aplicada, antes, nesses equipamentos.



Mas o céu não é mais o mesmo. A poluição dos gases (e a luminosa) compromete o seu brilho noturno e sua visibilidade.

Se ver as estrelas é ver o passado, a poluição não deixa de ser o alzheimer da humanidade.

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