O tempo nessas cidades é diferente. Talvez porque os limites de espaço são bem claros; e ter a noção do todo ajuda na ansiedade em relação ao desconhecido e ao inesperado.
(mesmo quando esse 'todo' for ilusório...)
O contraditório é que lá, no ponto mais alto da região, o Pico das Cabras, é onde a imensidão e o infinito do espaço podem ser estudados e observados. O Observatório Jean Nicolini - OMCJN - fica isolado do resto da cidade e tem equipamentos bem instigantes.
Um dos telescópios está dentro de uma casa alta na qual a cobertura é uma abóbada de madeira móvel, com uma fenda - o recorte que será feito do céu. Essa casa é um olho gigante. O enorme telescópio de ferro potencializa o olhar e ainda guarda memórias. As câmeras digitais só foram possíveis pela tecnologia aplicada, antes, nesses equipamentos.
Mas o céu não é mais o mesmo. A poluição dos gases (e a luminosa) compromete o seu brilho noturno e sua visibilidade.
Se ver as estrelas é ver o passado, a poluição não deixa de ser o alzheimer da humanidade.
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